
JOGOS JURÍDICOS 2019
São muitos jurídicos na conta e cada um é especial do seu jeito. 2019 foi o ano das vitórias improváveis.
Impossível falar de 2019 sem dar o contexto da AAA XI de Agosto. 2019 foi o último ano de muitos dos nossos melhores atletas. Xexinha, Chevis, Canhoto, Soldado, Piazon, Marcio, Aspira, Costela, Joel, Gabi. São muitos nomes que marcaram a 188 e que somavam incontáveis medalhas. Ok, mas, até aí, nada de improvável em uma vitória, certo? Errado. Era meados de setembro quando foram lançadas duas propostas novas de chaveamento. Passou uma que fazia com que nossos confrontos com mack e puc fora de possíveis finais aumentava muito. Eram três confrontos diretos com o mack logo no primeiro jogo: vôlei feminino, futsal feminino e futsal masculino.
Vôlei feminino. Desde que entrei na faculdade, sempre via as meninas baterem na trave. Sempre na final, mas sempre com a prata. Na hora que o chaveamento, transmitido ao vivo, se consolidou, antes de que qualquer conta pelo geral pudesse passar nas nossas cabeças, chegaram mensagens das meninas dizendo “estamos putas, mas com sangue nos olhos. esse ano é nosso”. E não sei porque, mas aquilo me transmitiu paz e confiança em doses cavalares. Aquele ano era nosso, tinha que ser nosso. Foi aí também que nosso mote passou afazer tanto sentido: ninguém joga sozinho. Essa frase permeou treinos, infinitos posts, frases motivacionais, piadas e impregnou o espírito franciscano. Tínhamos dois meses para fazer com que as perspectivas incertas virassem a nosso favor. E viraram. As modalidades antecipadas, é seguro dizer, atropelaram as outras faculdades no melhor estilo Cid Gomes. A natação deu aula. A maior emoção que tivemos no sábado de manhã foi ver nosso melhor atleta invadindo a raia do nosso calouro. E nem isso foi ruim: ganhamos o ouro na provae emputecemos o celeiro todo. Tênis de mesa teve briga de torcida, futcampo classificou em cima da filial e finalmente escureceu. Do outro lado do ABC, nos tatames, o clima era de foco. As meninas já tinham feito a coleção particular de medalhas no jiu e o judô masc já tinha garantido a prata.
Mas os wackenzistas ainda cantavam. Jiu é uma modalidade certa para eles. Conforme íamos ganhando, íamos avançando e a final com o mack ficava cada vez mais certa. Começou a live no insta. As pessoas já sem voz batendo no tatame eram supridas pelas caixas altas das pessoas que comentavam a transmissão. O time do mack era bom, como esperávamos, mas nós? Nós éramos loucos, como iconicamente bradou a então vice esportiva do mack. Loucos ou não, saímos com a douradinha improvável pendurada no pescoço. No domingo, atletismo e xadrez só garantiram mais ainda a hegemonia franciscana. Íamos rumo a Itu. Mais de 40 pontos na frente do nosso rival. A essa altura, até a PUC parecia mais ameaçadora
15 de novembro chegou e tínhamos que nos garantir nas quadras. Logo na sexta, as três quartas contra o mack e uma chuva medonhaque encheu de verme - ou alagou os vermes - da arena, criou goteira em ginásio e trouxe bons fluídos para nossas meninas. Foram os setsmais tensos já vistos por todos os franciscanos vivos naquele ginásio. Eu não consigo narrar o jogo, porque até a metade dele, estava chorando no colo das meninas do BF. E quando finalmente cheguei no G2, passei o último set inteiro chorando nas costas do Dhaniel de olhos fechados, só escalonando as promessas para que conseguíssemos o geral. Do nada um apito, vários gritos e eu grito junto perguntando: “ganhamos?”. “Não zika, Roberta, caralho, é que a Rê acabou de fazer três pontos seguidos de saque. Mais um e é nosso!”. Nesse ponto já nem sabia meu nome e onde eu tava. A próxima coisa que eu lembro era de abraçar a Gi Goés e chorar de ver as meninas fazendo a tão sonhada cobrinha. Ali eu tive certeza: esse jurídicos é nosso e vai ser na força do ódio. E assim fomos para o sábado, com algumas derrotas amargas e com um trio elétrico no nosso alojas. Ok, isso durou pouco, logo nossa festa foi com a PM. Com pouquíssimas horas de sono, uma quantidade inaceitável de barro em nossos pés, mas ainda positivos. Chegou domingo e fomos para o tudo ou nada. Só eu e Jaspion sabíamos de fato do que precisávamos para consolidar o geral: levar o TCF da PUCCAMP e um confronto direto com o Mack. Mas rapaz, com a Chevis machucada e com as nossas finais, tava aí uma emoção considerável. Nada estava definido. Quando chegou 12h, a Kang firmou a vitória em cima da PUCCAMP. Minutos depois, ecoou o grito que estava entalado na garganta já fazia um tempo: BF campeão dos JJES 2019 em cima das orelhudas.
Jogamos juntos, todos os atletas, todas as modalidades e colaboradores. Toda a torcida e toda a BAISF. O caneco ficou em casa - igual o Comando, que nem pra Itu foi - e em 2019 aprendemos: não existe jogo ganho. Existe existe Gi Goes (eu sou fã dela mesmo, foda-se), existem loucos, existe a 188 e existe raça. Juntos conquistamos um dos mais feios, mas mais preciosos troféus da nossa querida salinha.
Não teve bi para a PUC e o golpe do chaveamento não foi suficiente para tirar nossa Macaca!
Pontuação Geral

Troféu de Campeão

Resultados por modalide
